terça-feira, 17 de agosto de 2010

O ato



Ele desbrava como um faminto a pele da fera. Derrete como sedenta saliva da boca de uma carnívora besta. Em bronze e suor, lateja como pulmão sufocado, em busca de ar. O reduto é ruivo, ninfa prestes a ter o véu dentre as pernas rasgados. Sumo de pêssego que escorre às coxas brancas, que atinge os joelhos, que ferve como pecado. É pecado da morte, de gladiadores que se esvaem em coito com cheiro de pele, de cabelos, de olhos, de vida.
 Num fim de tempo, fim de mundo, urros e carnes, completando-se, alimentando-se. Soa e sua, vermelha força da trepidação do universo, paixão quente, apertada. Ele movendo as lavas do vulcão com impulso de um Hércules; ela entregue como a planície desnuda de uma paisagem surreal. Labaredas de Vênus, lábios engolindo formas, vento que sopra devasso como acorde boêmio.
Retrato de luz, estanque do cosmos, músculos retesados, até que a mente se expanda, alce vôo. Seiva quente de ambos os corpo, que jazem exaustos, completos, apaixonados. Corpos de cristal quebrado, valido à pena. Vida como a morte, pecado do desejo, findos dias. Ressuscitados.

Conto recebido do meu grande amigo Conde em homenagem à minha gostosa noite de sexo.
Obrigada, Conde!

Ass.: a Devassa 

2 comentários:

Léo disse...

Seria esse Conde Vlad?

Um bela obra...

Beijos mordidos

Lou Albergaria disse...

É o Conde Vlad? Não acredito...esse é o cara!!!hehehe...Nada lhe escapa...

Belo texto!!!

Lindo seu blog!!!

Beijão!!!

Cuidado com esse Conde...rsrsrs

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